Crise no PDT: últimas horas que antecedem à reunião dos dissidentes são marcadas por tentativa de pacificação

As últimas horas que antecedem ao encontro dos dissidentes do PDT, programado para essa sexta-feira (7), em Fortaleza, com o objetivo de destituir do cargo o atual presidente regional André Figueiredo, estão sendo marcadas por muitas conversas e articulações como tentativa de diminuir as tensões internas e pacificar o ambiente no partido.

A tarefa não é fácil porque a crise é acompanhada de ranços, ressentimentos, intrigas políticas que resvalaram para o campo pessoal e familiar e uma ferrenha disputa de poder pelos grupos que querem controlar a legenda nas eleições de 2024 e 2024.

O Ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, busca entendimento entre as correntes lideradas pelo senador Cid Gomes e pelo ex-presidenciável Ciro Gomes. A briga no PDT, que começou em 2022, criou uma cisão entre os irmãos Ferreira Gomes.

PROPOSTA DE PACIFICAÇÃO

Presidente em exercício da Executiva Nacional, André Figueiredo, que, também, responde pelo comando regional, foi convencido pelo Ministro Carlos Lupi a levar ao senador Cid Gomes a proposta de se afastar da Presidência Estadual por um período de seis meses, até o dia 31 de dezembro, como saída para reunificação do PDT.

Cid ouviu de André a proposta e a compartilhou com os deputados estaduais e prefeitos que o acompanham. Dos 13 deputados estaduais, a maioria é favorável ao acordo. A decisão final, porém, só sairá na noite desta quinta-feira durante reunião, em Fortaleza, do senador pedetista com deputados e prefeitos dissidentes.

Antes do encontro desta quinta-feira, Cid Gomes conversou, na noite de ontem, por meio de uma teleconferência, com o presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão, com o deputado federal Robério Monteiro, Secretário de Recursos Hídricos, e outros integrantes da bancada estadual do PDT – entre eles, Osmar Baquit, Antonio Granja, Salmito Filho e Jeová Mota.

Cid expôs o cenário, a proposta de André e, ao final da conversa, convidou os dissidentes para uma reunião mais longa após desembarcar de Brasília. Baquit não escondeu dos colegas parlamentares o desejo de rompimento com o grupo liderado pelo ex-presidenciável Ciro.

A articulação do Ministro Carlos Lupi é uma tentativa de adiar a reunião marcada para amanhã, sexta-feira, quando os dissidentes poderão decidir pela destituição de André do cargo de presidente regional.

Na última segunda-feira, como recado para os rebeldes, a Executiva Nacional avocou para si a responsabilidade pelas decisões do PDT no Ceará, tirando, assim, o poder de voto dos convencionais que, em sua maioria, acompanham o senador Cid Gomes e o querem como presidente regional da agremiação.

Após a decisão da Executiva Nacional, Cid decidiu manter o encontro de amanhã, mas, nas últimas horas, o ministro Carlos Lupi tem atuado para conter a crise que, caso não seja barrada, significará o esvaziamento das bancadas estaduais e federais do PDT. Dos quatro deputados federais do PDT, dois sairão do partido, enquanto, entre os 13 deputados estaduais, apenas três (Antonio Henrique, Cláudio Pinho e Queiroz Filho) permanerão no partido.