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O número de ocorrências contra o cirurgião João Couto Neto, investigado por erro médico e negligência, chegou a 82 na manhã desta quinta-feira (29/12). João Couto Neto é médico em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, e suspeito de causar ferimentos graves em pacientes, principalmente no intestino, durante procedimentos. A suspeita é de que o profissional fazia uma grande quantidade de cirurgias em um curto período de tempo.
Do total de vítimas, 21 são casos em que o paciente morreu. Na terça, eram 73 vítimas, sendo 18 óbitos. Ou seja, pelo menos nove boletins foram feitos em dois dias.
Segundo o delegado Tarcísio Lobato Kaltbach, os novos registros policiais apresentam relatos semelhantes às denúncias já feitas.
"Os pacientes tiveram ferimentos graves em órgãos do corpo e, em geral, no intestino. Os que sobreviveram buscaram outros médicos para receberem o tratamento adequado e recuperarem a saúde. Vários pacientes foram a óbito", afirmou o delegado Tarcísio Lobato no início da semana.
João Couto é especialista em cirurgias de hérnia, vesícula e refluxo. A maioria das operações são feitas por videolaringoscopia no Hospital Regina, unidade particular de Novo Hamburgo.
No começo de dezembro, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão contra o médico em casa, consultório e no hospital. Os policiais apreenderam aparelhos eletrônicos e documentos para auxiliar na investigação.
Além disso, em 12 de dezembro, o Judiciário determinou o afastamento do médico de suas funções por seis meses.
Inicialmente, a investigação contava com 15 vítimas, sendo cinco óbitos. No entanto, após a divulgação da operação na imprensa, dezenas de novas vítimas procuraram a Polícia Civil, e o número total de boletins de ocorrência deve passar de 100.
Em 12 de dezembro, data em que a Justiça determinou a proibição de João Couto exercer a profissão por seis meses, o médico fez uma publicação nas redes sociais sobre seus anos de experiência.
"Atuar como médico é sempre um grande desafio. Temos plena consciência e certeza de praticar a medicina para a melhor saúde dos pacientes", escreveu o cirurgião.
"E, com esta responsabilidade e maturidade, nos sentimos confortáveis em afirmar que realizamos mais de 20 mil cirurgias e procedimentos durante os últimos 19 anos, cumprindo os mais elevados preceitos médicos, honrando esta profissão, que é a melhor tradução de minha vida", acrescentou.
Nas redes sociais, surgem comentários de ex-pacientes criticando a conduta do médico, mas também depoimentos de ex-pacientes que defendem o profissional e dizem ter tido uma boa experiência com ele.
O Metrópoles entrou em contato com o cirurgião pelo telefone indicado em suas redes sociais, mas não obteve retorno até o momento. A reportagem também entrou em contato com o Hospital Regina.
Fonte: Metrópole