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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou, nesta quinta-feira (16/5), a Súmula 73, com o objetivo de padronizar a anĂĄlise e o encaminhamento de casos de fraude à cota de gĂȘnero pela Justiça Eleitoral. A súmula estabelece um conjunto de critérios que caracterizam a fraude à cota e lista medidas punitivas a candidatos e partidos.
Para o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, a súmula oferece um "direcionamento importante" para que os Tribunais Regionais Eleitorais (TRE) e os juízes eleitorais apliquem as cotas. Moraes destacou que, nas eleições municipais, o número de fraudes é significativamente maior do que nas eleições gerais.
Segundo a Lei das Eleições, todos os partidos políticos são obrigados a destinar no mínimo 30% das candidaturas e a quantia proporcional dos recursos públicos para gastos de campanha eleitoral para candidatas mulheres.
A Súmula 73 especifica que a fraude à cota de gĂȘnero é caracterizada pela presença de um ou mais dos seguintes elementos:
Se a fraude for confirmada, as penalidades incluem:
Essas regras entram em vigor nas eleições municipais de 2024 e servirão como orientação para partidos, federações e candidatos, além de referĂȘncia para juízes e tribunais em todo o país, na aplicação da cota de gĂȘnero.
Ao longo dos anos, o TSE firmou uma jurisprudĂȘncia consolidada sobre o tema. Em 2023, o TSE confirmou 61 casos de fraude. Em 2024, esse número jĂĄ ultrapassou 20 casos. A maioria das fraudes envolve candidaturas femininas fictícias para o cargo de vereador, usadas quando o partido não consegue atingir o mínimo legal de candidaturas femininas, recorrendo à fraude para obter o Demonstrativo de Regularidade de Atos PartidĂĄrios (DRAP) e poder participar das eleições.
A vice-presidente do TSE, ministra CĂĄrmen Lúcia, ressaltou que a norma facilitarĂĄ os trabalhos dos tribunais na aplicação da cota e na uniformização das normas. "Esta é a luta de toda a minha vida, a luta pela igualdade geral. Essa consolidação facilitarĂĄ muito a vida de juízes, de tribunais e, principalmente, da sociedade, das candidatas e dos candidatos, para que a gente tenha clareza no que se vai decidir", afirmou a ministra.