Rogério da Silva Mendonça (esq) e Deibson Cabral Nascimento (dir) foram recapturados pela PRF Imagem: Divulgação/Polícia Rodoviária Federal
Os dois fugitivos de Mossoró foram capturados hoje (04/04) após 50 dias de buscas enquanto se deslocavam em veículos diferentes em rodovia no interior do Pará. Durante a fuga, eles contavam com a "escolta" de um terceiro carro, segundo a PF.
O que aconteceu
Os veículos usados na tentativa de fuga dos detentos eram conduzidos por comparsas, segundo a PF. Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento estavam no carona de carros diferentes, enquanto outros comparsas faziam a "escolta" em um terceiro veículo. Além deles, outros quatro comparsas também foram capturados.
Os dois detentos que escaparam do presídio de segurança máxima foram encontrados em Marabá (PA). O Ministério da Justiça e da Segurança Pública montou uma força-tarefa para encontrá-los após a fuga.
Os fugitivos estavam na capital Belém e foram capturados quando se deslocavam para Marabá. A cidade fica a cerca de 1.600 km de Mossoró. Rogério e Deibson estavam sendo monitorados por agentes das forças de segurança envolvidos nas buscas.
Segundo a PF, os fugitivos planejavam deixar o Pará quando foram capturados. Contudo, os agentes não sabem qual seria o novo destino de fuga deles.
Os fugitivos foram presos em uma ação conjunta entre a PF e a PRF na BR-222. A ação ocorreu nas imediações de uma ponte rodoferroviária. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, vai detalhar a ação nesta tarde.
Em um primeiro momento, forças policiais federais e estaduais fizeram buscas num raio de 15 quilômetros de distância do presídio federal. Lewandowski anunciou em 19 de fevereiro o emprego de mais cem agentes da Força Nacional para atuar nas buscas. A corporação saiu da área em 29 de março.
Secretarias de Segurança Pública de três estados anunciaram que estavam atuando juntas para fiscalizar divisas. Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará aumentaram o policiamento terrestre e aéreo da região.
Alerta à Interpol. A PF foi orientada a colocar os nomes dos fugitivos no Sistema de Difusão Laranja da Interpol e a incluí-los no Sistema de Proteção de Fronteiras.
Fugitivos são "matadores do CV" e estavam recebendo apoio da facção na fuga, diz PF. Fontes ouvidas pela reportagem indicam que os fugitivos não integram o alto escalão do CV e que são conhecidos por serem encarregados por assassinatos de pessoas no "tribunal do crime" do Comando Vermelho do Acre. O UOL não localizou os advogados deles.
Os dois detentos estiveram em rebelião em presídio em 2023 e pertencem ao Comando Vermelho. Deibson e Rogério foram transferidos para a unidade federal após terem participado de uma rebelião no presídio Antônio Amaro Alves, no Acre, em julho do ano passado.