PolĂ­tica: "Contra a violĂȘncia e o ódio ao povo" Dep.Federal JosĂ© Airton (PT) fala sobre vĂ­deo postado pelo empresĂĄrio Beto Studart .

Por Ester Ferreira em 08/03/2022 às 13:33:08

Enquanto a comunidade mundial clama por paz, diante dos horrores da guerra, e os brasileiros sofrem com a escalada da violĂȘncia social, sob a forma de racismo, feminicĂ­dio, homofobia e tantos outros tipos de crime, assistimos estarrecidos à manifestação patética e lamentĂĄvel de um empresĂĄrio cearense, o senhor Beto Studart, exibindo em vĂ­deo uma arma e defendendo que se arme a população com punhais e peixeiras e sabe-se lĂĄ mais o quĂȘ. Um vĂ­deo tenebroso, sob o pretexto de homenagear o presidente da RepĂșblica, revelando a natureza hedionda de ambos.

Além da arrogância caraterĂ­stica, a ação do empresĂĄrio embute uma cultura de preconceito e ódio que hĂĄ na elite fascista e reacionĂĄria do paĂ­s. Uma herança escravocrata, que usa a violĂȘncia como argumento de defesa, mas que na verdade é ferramenta de dominação e extermĂ­nio daqueles a quem se acostumaram a explorar e subjugar: o povo pobre. Beto Studart deixa a nu a barbĂĄrie que os ricaços estão dispostos a implementar para manter intactos seus privilégios.

O estudo "ViolĂȘncia armada e racismo: o papel da arma de fogo na desigualdade racial", do Instituto Sou da Paz, mostra que, dos 30 mil assassinatos por agressão armada em 2019, 78% foram contra pessoas negras. Dados do "Monitor da ViolĂȘncia" mostram que, em 2020, no Brasil, 78% dos mortos pela polĂ­cia eram negros. O estudo "Pele alvo: a cor da violĂȘncia policial", de 2021, aponta que, a cada quatro horas, uma pessoa negra é morta em ações policiais (apenas em seis estados). O senhor Beto Studart pode até não dominar os nĂșmeros acima, mas, ainda que da bolha dourada que sua fortuna lhe proporciona, não tem como ignorar o sofrimento dos jovens negros e pobres do nosso paĂ­s.

É o que Jessé Sousa define como "elite do atraso". E recorro às palavras deste grande intelectual brasileiro para concluir: "Isso é o mais caracterĂ­stico do Brasil: o ódio patológico ao pobre. É a doença que nós temos. A gente nunca assumiu a autocrĂ­tica de que somos filhos da escravidão, com todas as doenças que a escravidão traz: a desigualdade, a humilhação, o prazer sĂĄdico na humilhação diante dos mais frĂĄgeis, o esquecimento e o abandono da maior parte da população. Esse é o grande problema brasileiro".


José Airton

Deputado Federal do PT

Fonte: Assessoria de Comunicação

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