Os sócios e funcionĂĄrios do laboratório PCS Lab Saleme, de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, são os principais investigados. Ao todo, sete pessoas são investigadas. O laboratório é investigado por ter emitido laudos que diziam que dois doadores de órgãos não tinham HIV, quando na verdade eram positivos para o vĂrus. Seis pessoas que receberam os órgãos foram infectadas pelo vĂrus.
A magistrada determinou a busca e apreensão nos endereços dos sócios-proprietĂĄrios do laboratório - Walter Vieira, Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, Marcia Nenes Vieira e Eliane Nunes Vieira - e também nas residĂȘncias dos funcionĂĄrios do PCS Lab Saleme, Jacqueline Iris Barcellar de Assis, Cleber de Oliveira Santos e Ivanildo Fernandes dos Santos.
Segundo a juĂza, as diligĂȘncias policiais devem preservar "os direitos e garantias das pessoas, resguardando-se de possĂveis excessos a macular a prova a ser colhida, realizando-se minucioso relato do material encontrado, inclusive com depoimento das pessoas que estiverem no local e, se for o caso, a prisão em flagrante de supostos envolvidos".
A PolĂcia Civil cumpriu, nesta segunda-feira (14), 11 mandados de busca e apreensão e dois de prisão: Walter Vieira, que é um dos sócios do laboratório, e um técnico. Outros dois alvos de mandado de prisão estão foragidos. Segundo o delegado responsĂĄvel pela ação, André Neves, as investigações detectaram negligĂȘncia na checagem da validade dos reagentes, ou seja, dos produtos quĂmicos que reagem com o sangue contaminado e indicam a presença do vĂrus HIV. Caso estejam fora da validade, esses insumos podem ser ineficazes na detecção do HIV e resultar em um exame falso negativo.
O objetivo era reduzir custos e aumentar o lucro do laboratório, segundo Neves.
Um dos sócios do laboratório PCS Lab Saleme, Walter Viera, afirmou em depoimento à polĂcia que o resultado preliminar feito pela sindicância interna do laboratório aponta indĂcios de falha humana na transcrição dos resultados de dois testes de HIV.
As infecções nos pacientes transplantados ocorreram após testes feitos por um laboratório privado, o PCS, apontarem ausĂȘncia do vĂrus HIV nos órgãos de dois doadores. O laboratório foi contratado pela Fundação SaĂșde, sob a responsabilidade da Secretaria de SaĂșde do Estado do Rio de Janeiro para atendimento ao programa de transplantes no estado.
O PCS teve o serviço suspenso logo após a ciĂȘncia do caso e foi interditado cautelarmente. Com isso, os exames em órgãos para transplantes passaram a ser realizados pelo Hemorio.
O Ministério da SaĂșde determinou a instalação de auditoria urgente pelo Departamento Nacional de Auditoria do SUS no sistema de transplante do Rio de Janeiro, e a apuração de eventuais irregularidades na contratação do referido laboratório, dentre outras providĂȘncias.
Fonte: AgĂȘncia Brasil