Com um histórico negativo de ser a cidade mais violenta do Brasil entre 2019 e 2021, a cidade de São João do Jaguaribe elegeu, no último domingo, o prefeito Raimundo Cesar (PSD) e mais nove vereadores. O que chama atenção é que o político era o único candidato majoritário na cidade, e a disputa pelas nove vagas no Legislativo envolvia apenas 10 postulantes.
Ao todo, o prefeito reeleito obteve 4,5 mil votos, totalizando 100% dos votos válidos. Houve ainda 267 votos nulos e 228 em branco. A Justiça Eleitoral registrou cerca de mil abstenções, o equivalente a 17% do eleitorado apto.
Raimundo Cesar tem 51 anos, é solteiro, tem superior completo e declara à Justiça Eleitoral a ocupação de prefeito. Ele declarou um patrimônio de R$ 892.707,12. O vice-prefeito eleito em São João do Jaguaribe é Dalenio Augusto, do PSD, que tem 40 anos.
Entre os vereadores eleitos — todos correligionários pelo PSD —, quem teve o melhor desempenho foi Kayo Gomes, que obteve 818 votos.
O único candidato que não conseguiu ser eleito no pleito foi Tiel (PSD), que obteve 247 votos e ficará na suplência.
Conforme mostrou o Diário do Nordeste, a cidade de São João do Jaguaribe registrou a maior taxa de média de Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLIs), no Brasil, de 2019 a 2021. Os dados foram contabilizados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Ao PontoPoder, Raimundo Cesar rechaçou qualquer influência na oposição da cidade para ser o único candidato à Prefeitura da cidade e lamentou ter sido acusado de "coronelismo".
"É justamente o contrário. São João teve problema de segurança há três anos, mas o Estado fez uma ação, já que é dever dele, e nós também agimos, fizemos a educação da nossa cidade evoluir, garantimos todas as crianças na escola, e ressurgimos através da educação, do esporte e da cultura", disse.
"Talvez por conta de todo esse avanço na cidade que a minha candidatura foi única, não foi falta de democracia, foi muito pela democracia, mais do que qualquer outra coisa"
O mandatário também comentou sobre a cidade só ter tido dez candidatos a vereador.
"Tínhamos, neste mandato, três vereadores de oposição. Dois deles, por aclamação, vieram para o nosso grupo. Não foi por opressão, foi por achar que o trabalho está sendo bem feito. Então ficou só um vereador na oposição, onde eu não posso interferir, mas eles devem ter achar que nosso trabalho está bom, porque também não quiseram lançar candidato", concluiu.
Fonte: Diário do Nordeste